terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

A Alquimia no Egito: um tema profundo e hermetico para trabalharmos

 Isolada ao longo do fértil rio Nilo, a cultura egípcia foi contínua por cerca de três mil anos ( dentro do tempo conhecido ) até cair com a conquista romana.

Como surgiu esta civilização é ainda tema de controvérsia entre os estudiosos.
Acredita-se que com o fim da Era do Gelo ( 15000 a 10000 aC ), o Nilo começou a ganhar configurações mais próximas das atuais, atraindo para si grupos de humanos que buscavam condições melhores de sobrevivência. Ao redor do Nilo poderiam encontrar água para beber, peixes comer e terras para plantar.
Heródoto, um viajante grego que visitou o Egito no séc. V a.C., e considerado como o Pai da História, escreveu: “Egito é um presente do Rio”, e... arrisco-me a dizer que a Alquimia também....
A Alquimia Egípcia nasceu em solo negro: “al Khen” significa país negro. E permitam-me aqui um paralelo entre o processo de nascimento da Arte e o processo de autodesenvolvimento quando dizemos que todo o processo de transformação tem início com Nigredo, caminhando pelo Albedo até chegar ao Rubedo.
A civilização Egípcia evoluiu incrivelmente em seus milhares de anos de existência, e com ela, a Arte Alquímica. É inegável o fato que os Egípcios continham elevado conhecimento sobre Astronomia, Arquitetura e Matemática.
A construção de Pirâmides alinhadas a Estrelas, o processo de embalsamamento dos mortos são os exemplos mais comuns sobre este antigo conhecimento. A pirâmide de Degraus, Sacara, a Escola de Iniciação do Egito, foi a grande primeira pirâmide construída. Seu Arquiteto: Imhotep, sumo sacerdote, mago e alquimista que viveu há mais de 5.500 anos. Como foi construída, ninguém sabe ao certo, até hoje, muito embora, todos nós possamos ter nossas teorias particulares.
Conta-se também que Hermes Trismegisto, um grande sábio, hierofante egípcio, figura lendária ou não (não se sabe ao certo), mais tarde identificado como o deus egípcio Thoth, foi o fundador da Alquimia. Hermes transmutado em deus nos faz prestar atenção à intenção de trazer o sagrado para a sabedoria infinita deixada por alguém... fato que ainda fazemos hoje em dia, não é mesmo ?
Aliás, Alquimia é conhecida com Arte Hermética, sendo que os sete princípios Herméticos permeiam o trabalho alquímico. Trabalho num sentido amplo: sacro oficio.
Hermético aqui também se refere ao fechado. O conhecimento era passado gradativamente ao aprendiz na medida em que houvesse a prática do autodesenvolvimento. Em Sacara, essa era a prática.
Aliás sobre isso, falava Maria – a Judia. Segundo Maria - a Judia ( século IV dC ), uma das mais influentes praticantes desta Arte, dizia que a Alquimia é donum dei ( um dom de Deus ), sendo que o desenvolvimento deste dom exigiria estudo e orações, além de anos de experimentos práticos.
A Alquimia, da forma como a conhecemos hoje, foi desenhada em Alexandria, no Egito, durante o século I dC, muito embora suas raízes ancestrais sejam mais antigas. Influenciou fortemente a filosofia Grega, muito embora a mentalidade grega seja muito mais racional que a mentalidade egípcia, mais intuitiva.
O Deus Hermes, com suas asas nos pés e mensageiro da mensagem divina, foi a adaptação de Thot à cultura grega. Hermes transformou-se em Mercúrio, em Roma – um arquétipo fundamental na Alquimia.
Com certeza, vc já se deparou com a imagem do caduceu, bastão carregado por Mercúrio, com suas cobras entrelaçadas e asas. Este símbolo fala no alinhamento de nossas forças energéticas e do despertar de nosso deus interno.
Muito da Alquimia Medieval, com o lendário Merlin, teve suas bases na Alquimia Egípcia, através dos escritos de Hermes Trismegisto. No Renascimento esse conhecimento é intensivamente retomado.
E agora, estamos nós aqui, na entrada deste século XXI, falando sobre ele.
Não é impressionante a capacidade de alguém em ecoar séculos a fio ?
Algo de muito impressionante deve haver....
Para mim, este nome se traduz em uma palavra: Alquimia.


Um beijo grande !

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